Todo mundo gosta de BRINCAR: Infância em Portinari

“Sabem por que é que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos” (Candido Portinari)

A partir de obras de Candido Portinari, amplie o repertório artístico e cultural das crianças (e o seu também, por que não?), promovendo atividades de contemplação, observação e releituras! Para crianças de qualquer idade.

Candido Portinari (1903/1962) dedicou a vida ao registro da cultura de nosso povo e de nosso país. E mesmo após ter saído de sua cidade natal e ido para o Rio de Janeiro (e de lá, mundo afora) jamais conseguiu se desvencilhar de suas memórias da infância e de sua identidade brodosquiana (oi? É que Candido Portinari nasceu e viveu sua infância e início da adolescência na cidade de Brodowski, interior de São Paulo). Foi um artista cuja obra é extremamente diversificada: produziu mais de 4.500 trabalhos, entre pinturas murais, painéis, telas, desenhos e gravuras, passando por tipos regionais, trabalho, retratos e tantos outros temas. As crianças, porém, sempre tiveram sua predileção. Ele dizia: “Sabem por que é que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos” (ROSA, 1999, apud REDDIG, 2007, p. 89/90).

Portinari foi reunindo as experiências de vida das pessoas com quem convivia, além das suas próprias, retratando-as com sensibilidade e força em suas obras. “Menino de infância pobre que trabalhava como auxiliar de pintura em igrejas e também na elaboração de potes de barro pintado para ajudar na sobrevivência da família” (BARBOSA, 2005, apud REDDIG, 2007, p. 89/90), fez seu primeiro retrato aos 10 anos de idade, em 1914. Seguiu seus estudos e aos 20 anos pintou uma tela, reconhecida como sua primeira obra de arte e primeira vendida. Foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.

Sua preocupação sempre foi “expressar o homem por meio de diferentes linguagens e formas”.

Vida e Obra de Portinari:

Pois bem!

Assim como nós, Portinari apreciava demais a infância e suas manifestações, brincadeiras e linguagens (não falei que todo mundo gosta de brincar?). Aproveitando toda a predileção que esse artista da nossa terrinha tinha pelos pequenos, dê uma olhada em suas obras e baseie-se nelas para inventar maneiras de torná-las significativas de um jeito divertido!

Releitura das obras de Candido Portinari - Possibilidades

O básico: com lápis, pincel e tinta (pode ser guache, mesmo). Antes de tudo, fale sobre Portinari com suas crianças, abordando sua biografia e características próprias. Mostre algumas de suas obras, chame a atenção para sua proximidade com o universo infantil, as brincadeiras que retrata, as cores que utiliza. Deixe que as crianças observem e façam seus comentários a respeito. Em seguida, defina uma das obras de Portinari na qual todos se basearão para fazer seus próprios quadros. E mãos à obra!

Releitura corporal: vamos imitar as crianças retratadas nas obras de Portinari? Proponha que as crianças imitem as posições e brincadeiras que puderem observar nas telas. E imaginem: do que será que eles estão brincando? Será que é divertido? Nós conhecemos alguma brincadeira parecida? Deixe que a conversa flua e anote todas as possibilidades de brincadeiras que surgirem a partir daí!

Utilizando fotografias como recurso: após toda a conversa e observações iniciais descritos nos tópicos acima, proponha às crianças que façam releituras das obras de Portinari de uma maneira diferente: reproduzindo as cenas retratadas nas telas no espaço da sala de aula (ou da sala de casa, do parque, do pátio, da pracinha...). Com o cenário montado e personagens a postos, faça a releitura das obras tirando fotos das cenas criadas com e pelas crianças! Aposto que o material produzido por vocês será extremamente rico e interessante!

Uma visita ao Museu Casa de Portinari, localizado na cidade de Brodowski, também seria interessante! Confira o site: http://museucasadeportinari.org.br/